Alberto II - nomes que me marcaram

Quarta-feira. Um mês depois. Oi, recado pra você:

Alguém ligou, não disse o nome, disse que você esperava.

Esperei. Ele cumpriu, ele ligou!

Sempre adorei as terças-feiras. Tudo acontece em uma terça.

Mas eu não estava nessa terça. Eu não atendi,

Nem tinha onde o retornar.

De repente tudo virou furacão! Inverno... o anjo sumiu.

Então, meses depois o vi. Mas não podia falar com ele.

Estava impedida. Estávamos. E só me apaixonei mais!

Me procurou, disse que ligou. Quis conversar, eu não pude.

Pedi seu crachá. Ele já tinha quinze anos. Eu quatorze.

Uma letra quase infantil que venerei por meses, anos.

Alberto Silva. Ele mentiu, não era Silva, mas pra mim sim!

Sumiu. Um anos depois descobri que sumiu eternamente...

Ele, meu anjo lindo, de cabelo liso e bem preto,

Com a franja caindo nos olhos... e que olhos...

Olhos que jamais esquecerei.

E me disseram sem pena nem dó seu paradeiro.

Alberto se foi. Alias, o levaram. Sem nem merecer.

Confundido com o irmão, ovelha branca, levou um tiro.

Morre Alberto, meu “Silva”, com apenas dezesseis anos,

Muito sonho e uma promessa de me encontrar!

Uma promessa de que tudo iria passar e iria me ver.

Não veio! Não virá. Menino branco, menino anjo.

Se estivesse no céu não era de se admirar.

Mas não está. Eu sei, e ele sabia também.

Mas está aqui, em mim com carinho imenso.

E agora revelo: Alberto é o orvalho

De todos os meus poemas antigos!

Dorme agora, descansa querido!

28/02/2017

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 02/03/2017
Código do texto: T5928405
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