UMA CERTA LISBOA

Aquela Lisboa de antanho, já não existe,

Era a minha Lisboa, minha vida vivida,

Que recordar me dá prazer, não desisto,

Hoje é uma outra Lisboa, é desvirtuada.

Era a Lisboa dos ardinas e das varinas,

Dos pregões, dos fados e guitarradas,

Cidade por que me apaixonei e beijei,

Recebendo o abraço das suas colinas.

Colinas sete que eu adorava desfrutar,

Quando ao castelo subia pra espraiar

Meu olhar pelo casario até ao Rossio,

E a minha vista se perder no seu rio.

Era uma certa Lisboa, muito diferente,

Da Lisboa D'hoje, da verdade ausente,

Tornou-se cosmopolita, sua perdição,

Deixou de ser Lisboa do meu coração.

Uma certa Lisboa como a de antanho,

Deixou de existir, tem maior tamanho,

Invadiu o Tejo, poluiu o ar e as águas,

Deixou-me triste, com muitas mágoas.

Uma certa Lisboa passou ao turismo,

Deixou de ser a Lisboa dos pregões,

Dos fados e das guitarrada, um hino

Ao passado que foi de má fé invadido.

Uma certa Lisboa que eu adolescente,

Tomei nos meus braços e me seduziu,

Jamais olvidarei seus beijos ardentes,

Que trocávamos com amor e carinho.

Ruy Serrano - 13.03.2017

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 13/03/2017
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