Dias de Algum Lugar

Paro, caminho; paz alcancei

O meu tempo...

Ah, o meu tempo, nem sei!

Tiro a venda dos olhos, e vento

Roxa flor de madrugadas...

Estradas levando-te, pessoa,

A cheirar coisas orvalhadas

E já marginalizadas, ouve, algo soa!

Soa coisas vindas do ar, no falar...

Abrumou-se a estrada da serra

E passo longas horas a remar

Nos dias de algum lugar

Tenho essa coisa de amar

Sou uma amadora de rios

Só versos desenho, e não sei falar

Escrevo sem olhos as minhas crenças, em calafrios

Não tenho passado, esqueci

Me perco no presente

Meu alvo apagado, não vi

E sinto em mim algo ausente

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 02/06/2017
Código do texto: T6016808
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