Canto V - Úmido

Canto V - Úmido

Janeiro inteiro um aquário de almas úmidas.

Umbelino alérgico e pasmado na cidade poluída, debilitada, exposta aos barbas-de-bode ensandecidos na floresta cimenta em nome do capital.

A estrela de Davi diminui seu brilho.

A de Belém embotada.

A árvore Bodhi ilumina Sidarta.

As almas úmidas se afogam nos desejos, um convívio opressor com a ilusão.

Umbelino em seu quarto pensa, nos anos estranhos e inaceitáveis da ditadura desenfreada, deixando-nos assim, esquecidos e egoístas.

Neuza Ladeira
Enviado por Neuza Ladeira em 19/08/2007
Código do texto: T614762
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