O sustento era o Cartão


Lembro com alegria

Dos tempos sem ambição

O dinheiro pouco valia

Quem mandava era o cartão.


Do salário não vivias

O cabaz é quem supria

E os homens não exigiam

Aumentos ao patrão.


Trabalhava-se todos os dias

De longe o trigo vinha

E saia das padarias

Em forma de pão.


O comércio era permuta

Praticar não dava luta

Fazia parte da labuta

Sem sofrer fiscalização.


Telemóvel nem se via

Pré pago não existia,

E o fixo não exigia

A recarga de cartão.