Amanhecer memorioso

De longe observo, novamente, a acrópole!
Algumas nuvens contrastam com o concreto,
o vento sussurra frescamente aos meus ouvidos
em harmonia com o bem-te-vi distante,
o joão-de-barro eleva seu bom dia,
enquanto os quero-queros montam sua guarda!
Na água, as suaves caricias do vento moldam,
sincronicamente, suaves curvas onduladas!
E luz de outono, embora seja verão,
O quadro, do qual recordo torna-se mais belo,
com suas nuances de cores bem destacadas,
definidas como as linhas em que escrevo!
Na mesma suavidade das ondas e cores,
lentamente transito pelo caminho da memoria,
inalando odores que, desde criança me fizeram,
olfativamente, pintar quadros com a paisagem!
O cheiro do peixe e da água turvamente suja,
O orvalho a liberar com a grama seu perfume,
O cheiro das pedras a se entregarem ao sol e,
Escondidos, eucaliptos entre arvores nativas
reinavam com seus óleos essenciais!
Por onde o sol não batia, musgos diversos,
Que também de alguma forma exalavam,
silenciosamente, seus segredos!
Lentamente continuo, de olhos fechados,
Levanto voo por cima do lago e,
com a habilidade de uma pomba do ar,
pouso em meio a floresta em mim,
de memorias distantes mas presentes,
das quais só eu sei o caminho!
 
Heródoto Poeta
Enviado por Heródoto Poeta em 22/02/2018
Código do texto: T6261021
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