PARQUE DE JANEIRO

Um dia mais : Janeiro e dezenove.

O vento pelo campo. Pela alameda

e tu tristemente griz, tu quase seda

olhada sobrenatural. Sobre a leve

aurora da manhã, chora e chove.

Inverno mansamente. Já não ficam

caminhos para a alma, e nem caminhos

para que suba o coração. A neve

se eleva em redemoinhos, se levanta

sobre o ar, e logo torna, encanta

desde o céu azul, até a pequena planta.

Ali onde tu chegas, cheia de amores.

Um rouxinol, canta e canta

cego de amor entre as flores.