P(rosa) em versos quadrados
Encontrei no jardim de uma praça
uma pequena e singela flor,
de exuberante beleza,
mas sem perfume ou odor.
Sem lamentar sua sina,
ou sua falta de sorte,
Continua enfeitando a vida,
As vezes, enfeitando a morte.
E ao contrário da praça,
encontrei no jardim da vida,
uma rosa sem beleza,
mas fragante e embevecida.
Satisfez meus desejos,
Encheu minha vida de cor,
Me fez sonhar acordado,
E por mim transbordava de amor!
Sem exaltar meu enlevo,
Ou minha satisfação,
Fui um amante fiel,
Aos ditames do coração.
Mas o Insensato destino,
que tantos jardins destrói,
fez murchar a minha rosa,
sentimento que me corrói.
E por mais que eu tentasse,
Plantar, regar ou adubar,
Nunca mais permitiu que brotasse,
Outra rosa em seu lugar.