De criança há recordação,
Muitas aventuras vividas,
Na cabeça de então
Verdadeiras odisseias!
Delas, muitas de córregos,
Contato direto com a mata,
Pés descalços na lama,
Beirando a veia de água,
Límpida e corrente que,
No calor me refrescava!
Caminhadas longas,
Pés imersos em água,
Samambaias e pedras,
Aranhas e aves diversas,
Pelo sinuoso percurso,
Da vida do córrego!
Um córrego em especial,
Tímido e escondido,
Na fenda do capão da mata,
Recorre à memória,
E em cada lapso,
Uma traíra fisgada,
Pelo anzol e linha apenas,
Emocionava-me como criança,
Pescadora de vidas,
Apreciadora da vida,
Naturalmente vivida que,
Hoje não mais vive livre,
É presa nos grilhões,
Concreto que a cerca e,
Apenas nas recordações,
Continua paisagem livre!