Doce Camila, como é bom lembrar de você!

A rotina era sempre a mesma:

Despertar; se banhar, tomar café da manhã

Pegar o ônibus e ir estudar

Gostava de me sentar na última fileira

Do velho ônibus escolar

Para tirar um último cochilo

Antes de chegar no colégio

Até que um dia, ao virar-me para esquerda

Deslumbrei me ao vê-la

Por ser muito silenciosa, raramente ouvia sua voz

Mas daquele rosto, jamais me esquecereis

Aqueles traços mistos

Com seu nariz delicado e boca carnuda

Seu cabelo castanho (parecia até um avelã, misturado com leite)

De tão divino

Cobria todo resto do seu rosto (como num aviso: Não me incomode!)

Depois daquele dia

Comecei a me atentar

Com sua chegada no ônibus

Até que um dia tomado pela ousadia

Retratei-a num papel de caderno

Com um lápis especial e entreguei-a

Foi a única vez que ouvi, sua voz que disse:

Mais que lindo, muito obrigada!

Leandro Gabriel Matos
Enviado por Leandro Gabriel Matos em 02/11/2018
Reeditado em 01/04/2021
Código do texto: T6492429
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