Carretel das Lembranças

Minhas lembranças distantes

oneram meus pensamentos.

Não lembro tanto do antes,

isso me causa tormento.

Lembro da casa simplória

erguida com maestria.

O que me levou a glória

de agradecer todo dia

Lembro das brincadeiras:

Casinha e de pega-pega.

Esconde na bananeira,

escorrega e cabra cega.

Lembro lá do roçado

que ia com a minha avó.

A enxada era o meu fardo;

mãos doidas, dava dó.

Lembro daquela moça...

Encantava-me e não sabia.

Ela era minha paixão,

eu suspirava todo dia.

Eu lembro das pescarias:

Anzol, tarrafa e jereré.

Eram certas todo dia;

Dependia da maré!

Minha tia-professora,

da escola lá da rua,

era uma educadora

da verdade nua e crua!

Era tempo de respeito,

hoje resta nostalgia.

Quem não “rezasse” direito

era o rei da antipatia!

Mas hoje a vida está boa;

Ontem era bem melhor.

Não estávamos à toa;

Hoje, cheiramos o “pó”!

É triste o comparativo,

no entanto, necessário.

No passado era castigo;

no presente um calvário.

Digo a Deus, muito obrigado:

Por resistir as agruras.

Do presente e do passado,

Tiro as decisões futuras!

De olho nas crianças

pra livrá-las do perigo.

Lembre-se da sua infância.

Assim, saberá o que digo!

Professor Talvanis Henrique – Carmópolis/SE, 03/11/2018 – 10:02