Boneca de Trapo

Boneca de Trapo

As cores estavam esvaindo.

O tempo pouco a pouco tirava

De meu colo, de meu afago

Pedaços de panos, pedaços de vida.

Vida que mostrou por vários

Amanhecer... entre tantos entardecer

Aquele canto de criança

Com cheiro de infância.

Trago ainda em lembranças

O fogão de lenha em fogo arder

Em panelinhas de ferro tal e qual

Mãos de pais imitava no cozer

Ah! lembranças que hoje me

Fazem sorrir da coragem

Que tinha em comer gordas

E torradas Tanajuras...

Quem em ingênuas atitudes,

Minha mãe imitava. Sorria, cantava,

Corria, Dançava... catequese...

m maio Nossa Senhora Coroava.

Ah... estas ainda aqui...

Em meu peito bem guardado aquela

Boneca de Trapo... que meus segredos

Contava...falava. Ah! você me ouvia.

Ouvia sem nada dizer o seu parecer

De minha dores que a ti desabafava

Ao me ver crescer... tinha naquele

Momento, medo de te perder.

Boneca de Trapo! Viveu junto a mim uma vida

De emoções contida. Falei a você daquele primeiro

Amor e você nada falou mas sei que me compreendia

Tens alma... e vejo ainda que tens vida.

Em minhas lembranças...

És a minha história criança

Boneca de Trapo... Têns ainda

Em meu lado criança... Vida!

Ge Fazio
Enviado por Ge Fazio em 29/10/2005
Código do texto: T65142