`As filhas de dona Rosa
De Maria Quitéria a Maria Bonita.
Todas bonitas e guerreiras também.
`A primeira e que praticamente me criou,
devo muito amor -e porquê não,
gratidão também.
Amém, que sei reconhecer.
Fez lá os seus sacrifícios,
até no artifício do casamento,
no santo juramento,
mas creio que tenha sido muito feliz.
Todos vão, mas o amor não,
quando se transforma, então,
em saudades muito doídas.
Mas assim é a vida.
A segunda e mais próxima de mim,
posso enfim ressaltar a sua força,
dando o seu pescoço à forca,
desiludida, talvez, com o seu primeiro
e grande amor.
Mas que flores lindas ele deixou.
Muito guerreira também e ainda bem,
para que não fuja a regra,
de irmãs quase perfeitas.
A perfeição exige muito mais
e eu sei que ela muito mais deu,
do que recebeu.
Mas a vida sempre nos recompensa,
em amor e crença.
Lembra-se de quando éramos crianças?
A terceira e como boa tecelã,
está tentando recompor o travesseiro de lã,
no afã de um recomeço,
pois quem nunca tropeça
ou nunca tropeçou?
Os bêbados são hábeis nisso
e sempre depois da ressaca
e da tentativa de cura,
é a consciência quem deve orientá-los
e não mais beber tanto
ou sempre moderar antes que fiquem tontos.
Não é preciso muito para que sejamos felizes.
Nossas raízes são a nossa sustentação.
A quarta -e a caçulinha,
em se tratando das meninas da família,
também uma guerreirinha,
não no sentido de minimizar a sua importância,
também sem muita ganância,
mas com muito amor e companheirismo
e com uma forte dosagem de afeto,
a exemplo também das demais,
numa clara demonstração da evidência,
de que amar nunca é demais.
Talvez um pouquinho mais vaidosa,
que as outras,
como se isso fosse necessário,
para quem que já é tão privilegiada.
O colegiado das nossas existências,
já provou que paz no coração,
é o melhor elixir,
que a ciência já catalogou
e provou existir.
Qualidades e defeitos, até o melhor prefeito tem.
E amém de novo -e de novo,
pelas grandes irmãs que dona Rosa me deu,
através do bom e generoso Deus.