Lembranças da minha infância
Eu ainda me lembro das brincadeiras;
Das conversas a beira da fogueira;
Ainda me lembro do quão leve era a vida;
Não havia dor de coração partido;
Nem havia tantas presas, nem tantas exigências;
Apenas uma sagrada inocência;
Tínhamos tão pouco, mas nada nos roubava a esperança;
Nossos sonhos eram sempre gigantes;
Eu lembro que só o amos fazia morada em nosso peito;
Para todas as diferenças, arrumávamos um jeito;
Eu ainda me lembro das noites estreladas;
Das histórias contadas;
De toda a família sentada na calçada;
Das sombras das árvores projetadas no chão;
Da época em que vivíamos em união;
Ah, quantas coisas boas e bonitas foram substituídas;
Só restou pessoas amargas e ressentidas;
Crescemos e nos esquecemos do verdadeiro valor da vida.