A viagem I-III (1971)

Inspirado na obra: “Apenas um sonho”, de Antônio Baptista

I - Boeing 737

Em plena quarta-feira, dia 17 de julho de 1971,

O senhor José, direciona-se ao Aeroporto Santa Genoveva

Observa no céu aparentemente limpo

Nuvens esparsas que ofuscavam o sol

Mas nada que lhe causasse inquietação

Avistou o Boeing 737, da Vasp

Cuja capacidade para 125 passageiros

Com destino ao Aeroporto do RJ fazendo escala em BH

O senhor José sentou-se em uma confortável poltrona

Ao lado esquerdo um sujeito com semblante preocupado

Na tentativa de amenizar a tensão do jovem rapaz

O senhor José dirigiu-se com os seguintes dizeres:

— Meu caro! Eis que seguro é a viagem aérea!

Desastres são raros e se caso o avião vir a despencar,

Alastrar-se-á terrível notícia pela mídia radiofônica e televisiva!

O jovem Carlos, forçou a simpatia dizendo:

— Tem razão, senhor! Melhor é sentir os pés no chão!

Por menos reconfortantes fossem tais palavras

Foi de bondade por parte daquele senhor

Expressar-lhe algumas palavras de distração

II. Tempestade

O senhor José solta a mesa consolo,

A aeromoça gentilmente serve o lanche

Carlos distraía-se enquanto comia e conversava

O vôo prosseguia tranquilamente e sem atritos

Até que o senhor José observasse nuvens escuras

Nada a temer, era acostumado com viagens do tipo

Chuvas poderiam ocorrer durante o percurso

E, assim, forte tempestade apavorou a muitos

O avião sacolejava insistentemente

Assustadíssimo o jovem Carlos estava

Uma voz pesada e impactante alerta:

— Atenção senhores passageiros,

Permaneçam com o cinto devidamente apertado

Não há teto para aterrissar em Belo Horizonte

Por esse motivo, iremos diretamente para o RJ

Os passageiros estavam absortados de medo

O pânico alastrou-se tornando propício o tumulto

O jovem Carlos pôs-se a berrar:

— Mãezinha Santíssima, socorrei-nos!

— Piedade de nós, vamos morrer!

“Não tenha medo jovem cavalheiro!

Tudo ficará bem! Fique tranquilo!”

Dizia a aeromoça ao distinto Carlos.

"Tal situação ocorre em viagens aéreas

Acalma-te, olhai aquele passageiro quieto!"

Buscando comunicação com a Torre

O comandante confiante disse:

“Alô, Torre de Comando! Boeing 737,

da Vasp” Vôo Goiânia - Rio de Janeiro

Com pista em Belo horizonte, peço pista!

“Alô, alô, alô...

... Aterrissagem não concedida,

Por falta de teto e devido ao forte ciclone!”

Sobrevoe a cidade, observando a altura

Será de mil e setecentos metros!”

Atendendo aos comandos recebidos,

O co-piloto corrigiu o estabilizador

As manetes foram acionadas

E as turbinas aceleraram

De nariz empinado subiu o avião.

III. Aterrissagem

Caro Carlos, chegamos!

O homem estava paralisado

Não movia um membro do corpo!

Carlooooooos? Ei!? Levante-se!

Desesperado dizia o Sr. José.

Pálido, imóvel permaneceu

O Sr. José deu fortes sacudidas

De lá e cá... feito pedra ficou!

Nada do jovem mover-se

Após 15 min de espera:

"Perdoe-me Sr. José!

Que sufoco passamos!

Estava imerso ao medo,

Paralisado fiquei!

Mas tudo acompanhei!"

RImos da situação!

Despedi do jovem Carlos

Que seguiu seu trajeto

Desloquei ao Palace Hotel

Naquela imensidão de bonitezas!

Que cidade maravilhosa!

Hospedaria no belo Palace Hotel

Chegando e bem recepcionado

O funcionário carregou as malas

Grato fiquei por toda distinção!

Peguei as chaves e seguimos

Entrei e fiquei a contemplar a cena

Estava encantado com tanta beleza!

Deus de fato pincelou aquela maravilha

Meu olhar brilhava e me sentia satisfeito

Tomei uma ducha para relaxar

Coloquei um som instrumental

Degustei a deliciosa janta servida

Agradeci a Deus pelo o dia ótimo!

Adormeci às 21h30 em fofíssimo leito.

Um novo amanhã lhe aguarda!

O Sr. José irá conhecer a cidade

Irá passear o dia todo

Regressando para o belo Hotel

Cheio de entusiasmo para um novo dia!

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 10/01/2020
Reeditado em 11/01/2020
Código do texto: T6838934
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