JANELA ABERTA...

[Ao meu saudoso pai, José Martins, vivo faria hoje 94 anos,

mas há 14 anos partiu antes do combinado]

Quando me bate a saudade, abro a janela do passado,

Na imensidão das lembranças que pelos anos eu juntei...

Talvez não coubesse numa estrela e eu aqui já cansado,

Contando as lágrimas, pois se vai tudo que eu já amei!

Da ponte velha, em Teresina, vejo ao longe, o velho rio,

Vai arrastando tudo o que encontra, inclusive minha dor...

Distante, o Parnaíba encontra o rio Poty e formam um trio,

Os dois lindos rios e a minha dor... De saudade, de amor!

Ah! Janela que se abriu e nunca se fecha é ferida aberta...

Não cura e nem cicatriza! Como no rio aqueles remansos,

Chega mesmo a matar quem não está bem atento ou alerta!

Viajo assim em V, feito lá nos céus aqueles belos gansos...

Mas sem guia... Apenas as tristes ou alegres recordações!

Oh! Janela aberta da saudade, algoz de todas as gerações.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 05.01.2017

16h08min [Tarde]

Estilo: Soneto