BELEZA ESTRANHA

BELEZA ESTRANHA

Era uma parede de drops Dulcora

Imensa, colorida e semitransparente como um vitral

A parede surgia do nada diante de mim

E eu era muito pequena e não sabia me deslumbrar

A parede se aproximava devagar

Eu não sabia o que ela queria

Onde pretendia chegar

Então eu procurava meus pés pequenos

E tentava me afastar

Dar espaço pra parede passar

Mas não havia espaço nenhum

Apenas a parede imensa de drops Dulcora

Que se aproximava de mim

E eu pequena muito pequena

Não conseguia me mover nem sair do caminho

Que não existia

Porque não sabia encontrar meus pés

E começava a me faltar o ar

E eu me sufocava e tentava gritar

A voz desapareceu junto com meus pés

O medo e o desespero aumentavam mais e mais

Minha boca se abria sem som e sem ar

E a parede de drops Dulcora

Colorida e semitransparente como os vitrais

Se aproximava e ia me esmagar

Eu chorava sem som e gritava sem voz

De repente acordava sentada na cama

Sabendo que gritei sem ter ouvido meu grito

Meu tio estava ao meu lado sentado na cama

Segurava meus ombros dizendo

- Calma respira foi só um pesadelo

Ele tinha rosto de bondade sonolenta e dizia

- Está tudo bem não aconteceu nada

Foi só um pesadelo

Meu tio abraçava com carinho a criança que eu era

Ficava tudo bem e eu dormia de novo

Até sonhar de novo com a parede de drops Dulcora

Divina de Jesus Scarpim
Enviado por Divina de Jesus Scarpim em 25/06/2021
Código do texto: T7286582
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