Burra

 

Burra...

E pensar que o insulto que você dirigiu a mim 

Você se insulta todos os dias, 

Não me faz me sentir tão triste ou irritada

Como eu ficava nos meus tempos de criança...

Você me pareceu extremamente aflito para ser apto a competir ao sistema 

E ser intelectualmente perfeito como você cobrou a mim

E cobra de si mesmo para que a vida valha a pena...

Sim... Quem cobra algo dos outros,

antes cobra de si mesmo. 

Eu valido o seu sentimento e necessidade,

Pois também o sinto e necessito crescer

Mas discordo da sua estratégia para atendê-la.

Armou um circo por eu ter confundido

o significado de uma palavra. 

É o que você faz com você?

Não me afetei com o insulto, honestamente.

Só me lembrei dos meus tempos de escola. 

Era um toda a semana

Por pessoas diferentes que não me conheciam bem.

Agora me conheço. Sei do meu valor. 

E sei que julgar não deixa de ser um direito de expressão 

Para tragicamente expressar uma necessidade,

Mas não é uma verdade absoluta em si. 

Algumas pessoas entendem como verdades as suas percepções. 

Elas vivem sabendo ou não que se apegar a elas 

Pode se assemelhar a uma ilusão...

A rigidez não nos faz ver outros ângulos do prisma. 

Dessa forma, sempre atentei ao meu autoconhecimento

Pois achava estranho definir uma pessoa toda por uma palavra. 

Era algo que me assustava e estranhava esses rótulos deterministas quando ouvia,

Então, não reproduzia (pelo menos, tentava).

Você simplesmente me vê como tímida,

Mas não pensa qual linguagem eu costumava pensar e me comunicar...

É um processo árduo, vagaroso e contínuo conseguir transitar entre essas linguagens...

Mas agora percebo que não perceber outra linguagem para dialogar é um pouco triste.

A pessoa se xinga tanto e é xingada,

Quando erra, que xinga os outros

(sem ser zoeira consensual)

Como num ciclo insuportável como a vida parece ser.

É vergonhoso errar para você?

A vergonha nutre um ódio a si mesmo.

Como é conviver com ele?

Eu acho estressante estar nesse ciclo

E estou tentando sair dele.

Conhecer é um ato que liberta 

Quando por livre espontânea vontade 

Estudamos por nos sentir alegres 

Ao viver experiências novas 

E adquirir conhecimentos novos. 

Estudar como um burro 

É estar motivado pela vergonha 

Que não é certa nem errada, 

É uma escolha sua, 

Mas fique sabendo que não é minha!

EU me permito nem melhor nem pior, 

Mas ser diferente de você!

E você nem melhor nem pior 

Você se permite ser diferente de mim? 

 

Quinto poema inspirado na "comunicação não violenta" de Marshall Rosenberg e 2 poesia inspirada na fenomenologia.

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 02/08/2021
Reeditado em 26/10/2022
Código do texto: T7312444
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