UM VELHO E O JARDIM //

UM VELHO E O JARDIM

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=04/agosto/2021)

Qual um tapete lindo, só de flores,

que me fazia recordar amores

de um passado ido que eu vivi;

com maestria o fazia mais belo

em peripécias do voo singelo,

em romantismo o meigo colibri;

ali, estático, eu contemplava

e aquela cena viva recordava

todo um passado que havia em mim.

Era real a cena que eu via,

mas irreal o que retroagia;

era a saudade expressa no jardim.

Lembrava as belas faces que beijei,

também os bons momentos que passei,

mas desmentia-me com crueldade;

não só apenas pela minha idade,

mas pelo todo que pra trás ficou

inexpressivamente sem um fim.

À minha vida, em tudo que restou,

depois que envelheci, priorizou

pra ser feliz, fitar esse jardim.