Perto do androsido

Olhar para trás e olhar para frente. Adular o passado e construir o futuro. Desejar a loucura da sabedoria de respirar o amargor da renúncia constante da dor. Viver sem amor.

Antes eram migalhas chegadas todos os dias. Hoje é mais do que isso. São centenas de pesos mortos e paridos. Por tempo perdido, doença passada. Remorso e soberba.

Sapiência da benitude desértica do ser. Cantos perdidos em madrugadas carentes atrás do benefrasto. Soliência do querer ir para onde estiver espaço de ser. Descontentes passos.

Rótulos de cigarretes. Romances de foto meliantes. Regorzijo do puro sabe do absurdo entender que tudo termina antes de começar. Paródias e remelentos androsidos.

Inventar palavras para dizer que sentidos e sentimentos não convém na amargura da alma desconexa com o tempo que se vai a cada momento se terminado e se findando.

Goleadas homéricas. Medos de cair do nada e do infinito mistério de ontem que já não pertence a ninguém.

Carlos Emanuel
Enviado por Carlos Emanuel em 29/08/2021
Reeditado em 29/08/2021
Código do texto: T7330711
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