CINZA DO PASSADO


NAS GAVETAS DA MEMÓRIA

Às vezes perdido no meio do nada
Remexendo nas gavetas da mente
Ressurjo-me da cinza nelas guardada
Torno-me naquele menino inocente
Esqueço acumulo de anos que eu tenho

São momentos de tantas lembranças
Ponho-me a correr pelas trilhas do Engenho
São capítulos de minha saudosa infância
Estão nas gavetas de minha memória
Cinza cobrindo os anais marcantes da  historia

Ao abrir e rever uma gaveta dessas
Vejo nos velhos arquivos que ela contem
Refletindo eu vou recordando sem pressa
Como a simplicidade nos fez tão bem
Os bons costumes e hábitos também

Não havia câmaras nem tampouco monitor
Espionando a vida e privacidade da gente
Cada palavra empenhada tinha seu valor
Se cumprindo fiel e valorosamente
Com confiança fidelidade respeito e amor

Palavras de ordem de rara beleza
P ara aquele saudável meio ambiente
Santuário da majestosa mãe natureza
Retribuindo o amor e respeito da gente
Que a defendia e preservava sua beleza

Vejo-me a correr, menino de pé no chão
No alagado entre as vazantes dos brejais
Contemplando o horizonte ouvido trovão
Esperando chegar os imensos temporais
Que saciava a sede da vida no vale picão

Ouço o melancólico ecoar de meus gritos
A correr pelas lavouras recém semeadas
Espantando os famintos periquitos
Arrancando as sementes, em suas revoadas
Aos bandos cobrindo de verde o infinito

Um espetáculo de tão rara beleza
Mas uma árdua forma de produzir o pão
Confiando em Deus e na mãe natureza
Enfrentando intempéries ao semear os grãos
Sempre com muita fé, inúneros  calos nas mãos !


OBS:(IMAGEM GOOGLE)












 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 08/10/2021
Reeditado em 08/10/2021
Código do texto: T7359164
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