Recordações de Minha Infância

Era o caminho da roça

Que cortava no varjão

Uma ponte de madeira

Que passava a condução

Quando chovia muito

O volume da enchente, a ponte cobria

Eu esperava a água baixar

Pois a passagem não se via

Quando a água baixava

E chegava a calmaria

O córrego ainda turbulento

Mas o perigo não existia

Água turva e volumosa

Um convite pra mim fazia

Era o momento certo

Pra fazer a pescaria

Vara de bambu jardim

Era forte , não quebrava

O samburá feito de cipó

Que nas costas eu carregava

A isca era sempre minhoca

Debaixo da ponte eu arremessava

A vara chegava a envergar

Por muito pouco não quebrava

Mandi chorão era seu nome

Um ferrão venenoso ostentava

Todo cuidado era pouco

Um cutucão, logo sangrava

Mas pescador tem paciência

E um jeito eu sempre dava

Em minhas tralhas um alicate

Com cautela eu cortava

Samburá pela metade

Já era hora de voltar

Antes que o dia se acabe

Tem muitos peixes pra limpar

No almoço do outro dia

Um prato de arroz e feijão

Não queria outra mistura

Peixe frito com limão

Nas minhas belas lembranças

Recordo o tempo que la morei

Uma vida simples de criança

Mas que muito eu desfrutei

Hoje são meras lembranças

E com muito orgulho eu posso contar

Da simplicidade do mato e da roça

E da minha alegria de poder pescar...

João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 29/01/2022
Código do texto: T7440388
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