Saudades da simplicidade

Houve um tempo em que a simplicidade

Do bule de café no fogão a lenha

Era a melhor coisa a se ver na roça

Assim dizia vovó que Deus a tenha

O fogo queimando os gravetos

As galinhas catando milho no terreiro

Que saudades que tenho

De meu pai velho guerreiro

Não fui criado na roça

De lá saí muito cedo

Vim para a cidade grande

Onde mamãe nós criou sem medo

Mas ano ou outro visitava

Os parentes lá na lavoura de café

Saíamos da cidade grande

Com Deus e nossa fé

Andávamos da beira do asfalto

Pelas estradas de chão duro

Onde a poeira levantava com o passar dos carros

É verdade o que digo eu juro

Mamãe levava no colo a caçula

Papai agarrava pela minha mão

E éramos felizes correndo pela estrada

Até chegar lá em São Simão

Saudades da simplicidade

Dos tempos que não tinha celular

Para tirar da família a reunião

E um com o outro a se falar

Hoje os textos de aplicativos

Dividem o espaço na mesa

De um lado papai sentado

Do outro mamãe e sua delicadeza

Na sala o filho jogando

No quarto a irmã fofocando

E nenhum com o outro

Sobre seu dia conversando

Saudades da simplicidade

Dos tempos do banco na beira do fogão

Onde vovó e vovô se esquentavam

E jogavam conversa fora então.

Robnho Da Madeira
Enviado por Robnho Da Madeira em 13/11/2022
Código do texto: T7648831
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