Quando se tem ilusões

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Quando se tem ilusões, todas elas se transferem

para os contos de fadas,

translúcidos e irreais como são todos os sonhos,

sempre acompanhadas de castelos e pedras frias

erguidos no mais alto dos morros

esses que, secretamente uivam como uma sinfonia lírica

em acordes doces de uma cítara casual

O cenário que sempre deve parecer bucólico

se descortina límpido, esvoaçando para os

imensos jardins, onde se vêem bancos espalhados,

sob cheirosas pérgulas repletas de trepadeiras floridas

e ao longe, doces sons madrigais, seguem acariciando a brisa,

onde haverá o encontro do amor

com doces beijos, sem toques carnais

Tudo vem com arroubos, sempre observados

por alguém, que lá das imensas

e incomparáveis torres erigidas, observa tudo,

desde os vales que se abrem ao longe,

desdobrando-se em verdes e lindas campinas,

divididas entre ervas daninhas e incontáveis flores de campo

que audaciosas vão esbarrando em quem por elas caminhar

A necessidade de acordar, deixa de ser um privilégio

e os sonhos se incumbem de metamorfosear o tempo,

ainda mais, se essas risíveis utopias,

forem se avolumando como as brumas, em nossa alma...

no nosso sonhar; que... sem sentirmos,

vão bordando nos véus diáfanos dessa quimera,

douradas ilusões, sem tempo ou hora para acabar

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 06/01/2008
Código do texto: T804868
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