OUTRORA
Passando em frente à praça dos tempos idos
eu vi o moleque franzino jogando o pião.
Correndo, alegre e faceiro, chutava a bola,
marcando os gols e ralando os joelhos no chão.
Amava Aninha – colega no grupo escolar;
Voava feliz nas rodas de seu rolimã.
Pulando as cercas atrás das pipas, do tempo,
teimava com todos, brigava com sua irmã.
Crescia alegre contente feliz com a vida.
Cantava os sucessos da rádio e da televisão.
Entrava correndo em casa e saía voando
pras festas da igreja e pra vida que não era em vão.
Não sou mais criança, mas brinco, de bem com a vida,
na luta diária eu penso que sou um pião,
correndo atrás não da bola, mas da felicidade,
voando nas asas da minha imaginação.
Não sou mais criança, mas brinco, de bem com a vida,
pulando todos os obstáculos que ela me traz.
Cantando, brigando, amando, hoje eu bem sei
que a vida que tens é você mesmo quem faz.
LUIZ ANTONIO CARDOSO
São Paulo-SP, 2001