VELHO CASARÃO

VELHO CASARÃO

Velho casarão de meus avós,

Onde eu nasci, em domingo festivo,

Porque era um Domingo de Ramos

Hoje ao rever-te, não sei qual de nós

Ficou mais triste, mais comovido,

Por que foi que assim ficamos!...

Nem sei por onde andei

Tão longos foram os caminhos,

Que quase me perdi;

Mas, agora, diante de ti,

Sei que nunca me afastei daqui.

Ao subir a Pereirinhas

Tuas janelas inundaram-se de sóis,

E, os meus olhos, de primaveris andorinhas,

Com seus ninhos nos teus beirais.

Sentinela solitária desta Terra

Pelo tempo, quase vencida,

De olhar vago cavalgando a serra

Já te sinto sinais de despedida.

Cego, fechei os olhos ao tempo,

E não vi o tempo passar;

Minha querida, minha velha amiga

Que tormento,

Não poder mandar no tempo

Para fazê-lo de novo recuar.

do livro O Ontem pode estar onde Começa o Amanhã ano 1997

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 11/05/2008
Código do texto: T985210