Não há cio na cidade
Não há cio na cidade
Não há cio na cidade
Há desejo barato recheado de pecado
O homem sucumbe a sua própria existência
Não se excita à demência
Procura...
Nas noites quase vis de uma Vila Madalena qualquer
O encontro com o que o homem ainda chama de mulher
E encontra:
Pernas que se abrem por tão pouco
Que não deixam ninguém louco
Nem sequer seduzem
Prefiro uma canção do Chico
Se ela gosta eu fico
E beijo
E seduzo
E corroo
Não corro
Prefiro assim
Porque para mim
Não há mais um cio verdadeiro
Um sangue que escorre
Um tesão que transcorre
Físico
No caráter tísico
Sem cio.