Não há cio na cidade

Não há cio na cidade

Não há cio na cidade

Há desejo barato recheado de pecado

O homem sucumbe a sua própria existência

Não se excita à demência

Procura...

Nas noites quase vis de uma Vila Madalena qualquer

O encontro com o que o homem ainda chama de mulher

E encontra:

Pernas que se abrem por tão pouco

Que não deixam ninguém louco

Nem sequer seduzem

Prefiro uma canção do Chico

Se ela gosta eu fico

E beijo

E seduzo

E corroo

Não corro

Prefiro assim

Porque para mim

Não há mais um cio verdadeiro

Um sangue que escorre

Um tesão que transcorre

Físico

No caráter tísico

Sem cio.

Rodrigo Augusto Fiedler
Enviado por Rodrigo Augusto Fiedler em 19/06/2008
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T1040990