Batem as horas no velho carrilhão,  
O dia é como um arco retesado
Estressado no ângulo do sol
Cheio de tédio, parece eterno

As horas vazam dos ponteiros 
Como se derretidas estivessem
Expõem no tropel das ilusões perdidas
A orfandade dos meus sentimentos

Sou refém das impossibilidades
Que construo com a negação e silencio
O tempo é um poço profundo
Onde minha alma aturdida se esconde

O que vaza do relógio é matéria
De que é feita a vida
A alma é feita de sonhos e pensamentos
Pelas mãos invisíveis do sentir

Sou um passageiro no trem da vida
Meus gritos se perdem no vácuo
Porque falo ao mundo pela voz da poesia
Que os apressados não querem ouvir

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/06/2008
Reeditado em 20/07/2019
Código do texto: T1044425
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.