BORBOLETA II

Borboleta II

Borboleta tu tens tanta realeza

Como pode deixar as asas presas

Nesta vida de tantas incertezas

E ainda assim esperar surpresas

Tu és linda, uma aquarela

Do jardim das rosas a mais bela

Ter-te em meus braços, quimeras

Beijar tua boca quem dera

Vagueias sem rumo, ao léu

Cada dia é um novo bordel

Luxúria por trocados de papel

Por um olhar teu irei ao céu

Ignorado compus estes versos

Mal amado e com complexos

Poeta imediato de reversos

Mas se tu me deres um amplexo

Faço-te meu mundo, convexo

Livro-te deste paraíso perverso.

Borboleta

Bailarina por natureza. Vai borboleta!

Incansável nas investidas,

mudava de cores todos os dias.

Queria a perfeição, a beleza.

Ansiava por um amor sem fronteiras.

Tão leve seu vôo. Voa borboleta!

Pousando sutilmente nas estrelas

que daqueles olhos azuis surgiam.

Atônita com esse brilho fugaz,

esquecia a realidade...

Aquele coração, aquele sentimento,

não te pertenciam.

Tão triste a verdade...

Voando... Ah!borboleta

no teu imaginário jardim,

as flores murcharam,

esperança nenhuma brota.

Dói ver-te assim!

2006 – Antologia Eldorado- Celeiro de Escritores