Forma...

Nessa criação

Que não se cria

Constrói então

Destorce

E gera uma construção

Que muda conforme a mão

Que lapida a coesão

Surgindo uma nova conotação

Nessa criação

A base se comunica

Com a teoria

A pratica fica meio desconstruida

A forma não se muda se autoprocria

Sem descrever a vida

Com invariáveis saídas

Nessa ficção

Distanciar de uma realidade morta

Onde a sina se misturou com o destino

Que fez os seres acreditarem que existe um caminho

Que amor nasce em um ninho

Prédio que se vai com a maré

Que é empurrado

Quando ponho o pé

E encalha quando se perde a fé

Nessa criação sem nome

Sem identidade

Com alguns pronomes

Vou levando uma montanha

Nas costas ela parece leve

As pernas sentem

Uma dor

Que não posso deixar

Ao cheirar uma flor

Um leão que sabe escrever

Que nasce no meio de você

Que urra pedindo um porque

Que tu ainda não soubeste ver

Um sol nasceu derrepente

De um mar inteligente

Que leva muita gente

No encontro de duas sementes

Que ainda não nasceram

Mas o futuro

Elas esperam

Com um certo medo

Do nada minha linha

Vai sendo construída

Sem pensar

Nem respirar

Ela vai sendo esculpida

Com uma cabeça atrevida

Que finge dizer

O que passa pela minha vida

Se você acreditar em mim

Não pensa em achar que é sim

Mais uma possibilidade que nunca vai ter fim...