ONÍRICO
ONÍRICO
Ventos solares cortam meu rosto
E danço com o embalo das nuvens
Vejo a curva invisível para outros
E deixo caírem os pingos
Nos arvoredos de Pam
De lembranças mortas
Num devaneio presumido
De acontecimentos passados
Deixo-me descer ao abismo
E suas esperanças tortas
Das suas falsas impressões
Para buscar maior sobriedade
Em minha farta e temerosa jornada
Corto os pulsos da realidade sem pestanejar
Com a estranha força em minhas mãos
E lá encontro meus eternos parceiros
Desafio os meus vilões
E escolho o grande destino
Entre o cipreste e o pinheiro
Com meu egoísmo e temor
Dor e o prazer. O ódio e Amor
No que nos é primordial
A minha notável nau chega
E o capitão questionamento me convida
Á perder meus pobres sentidos
E pausar minhas expectativas
Em repetição de movimento heliocêntrico
De minha sóbria fascinação
Nesse sutil vórtice existencial
Largo é este louco espaço
Onde esperam os sonâmbulos
Para acordar para o verdadeiro sonho
Mas realmente não estou só
Alguns acordaram. Alguns acordarão
Mas mesmo sem estar
Já sou grande conquistador
Da minha ingênua mente
Casa, Casa é aonde eu vou.