ONÍRICO

ONÍRICO

Ventos solares cortam meu rosto

E danço com o embalo das nuvens

Vejo a curva invisível para outros

E deixo caírem os pingos

Nos arvoredos de Pam

De lembranças mortas

Num devaneio presumido

De acontecimentos passados

Deixo-me descer ao abismo

E suas esperanças tortas

Das suas falsas impressões

Para buscar maior sobriedade

Em minha farta e temerosa jornada

Corto os pulsos da realidade sem pestanejar

Com a estranha força em minhas mãos

E lá encontro meus eternos parceiros

Desafio os meus vilões

E escolho o grande destino

Entre o cipreste e o pinheiro

Com meu egoísmo e temor

Dor e o prazer. O ódio e Amor

No que nos é primordial

A minha notável nau chega

E o capitão questionamento me convida

Á perder meus pobres sentidos

E pausar minhas expectativas

Em repetição de movimento heliocêntrico

De minha sóbria fascinação

Nesse sutil vórtice existencial

Largo é este louco espaço

Onde esperam os sonâmbulos

Para acordar para o verdadeiro sonho

Mas realmente não estou só

Alguns acordaram. Alguns acordarão

Mas mesmo sem estar

Já sou grande conquistador

Da minha ingênua mente

Casa, Casa é aonde eu vou.

Aluísio Bórden
Enviado por Aluísio Bórden em 20/07/2008
Reeditado em 18/12/2008
Código do texto: T1089077
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