Miragens

Vultos de uma alma morta

Imagens que as mãos silencia

E os olhos ouvem

Fragmentos de um vento forte

Que rasga a noite,

Composição concreta

Num imenso escuro,

Quando a chuva cessa e esvazia o riso

Sobre os alicerces fracos da realidade

Num azul pálido sem vestes,

Pintado por um lirismo comedido

No quadro morto

Pulsando uma pungente,

Versos nunca lidos,

Num segredo consumido

Sobre o leito largo

De uma folha em branco.