A Rua Nua

A Rua

Quase nua,

Encoberta apenas com a penumbra matinal

Deixa entrever seus contornos naturais

Enquanto apagam-se as luzes artificiais

Que a velaram durante a longa noite

Solitária em que permaneceu deserta

E, provocante se mantém aberta

A todos os andantes

- os viajantes

Que inconscientes de seus encantos

Subjugam-na com seus tamancos

- Com suas passadas incertas,

Ou com seus sinistros volantes.

Mas os que conhecem todos os cantos

trancos e barrancos,

Regalam-se de prazer

- o cão, a meretriz, o travesti, o pedinte

O sedutor ou o rebelde adolescente;

Usufruem do fascínio explicito

E embevecidos nas possibilidades

Quase reais e presentes,

Gozam da promíscua liberdade

Até o dia seguinte.

Lisa -15.07.08

LISA MANTOV
Enviado por LISA MANTOV em 03/09/2008
Reeditado em 04/09/2008
Código do texto: T1160424
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