A MIM MESMO
Sinto-me leve
Meu corpo flutua.
Não sinto mais o peso dos meus pecados,
(Estes não foram poucos)
Diante de mim, portas incontáveis.
Todas à espera para serem abertas.
Mas algo me diz que não devo abrir nenhuma.
Atrás de cada uma delas,
Escondem-se os meus medos.
Meus piores e inconfessáveis pesadelos.
Minha mão desobediente e curiosa; abre uma.
Sinto uma onda crescente de horror dentro de mim.
Estou olhando para mim mesmo nos olhos,
Vejo a mim mesmo, sem inspiração de poeta.
01 / 10 / 2004
POESIA 1241