Esculturas do tempo

O tempo esculpi ângulos oblíquos

Derrama sua presença na face

Uma balburdia rude

Na sucessão de noites

Que falecem o dia.

Fecho os olhos e me esqueço

Numa nevoa úmida

Delírio cinza

Desejos velhos esquecidos em mim.

Na curta distância

Entre a falta e ausência

O silêncio tem segredos só não sabe guardar.

E na confissão de seus medos

A-dor-de-sentir

É tom desgrenhado

Na força fraca das horas tristes

Quando a saudade chora.

Jane Krist

Sábado de céu azul. Um dia calmo. 2008/ dia 12 mês 10. SP.