MORRI

Morri. Matei-me

Eis que não sou mais

Já nunca fui

E agora não mais posso ser

Deixei de ser, desde quando

Me abandonei

Quando me aprisionei

Por quê?

Porquanto quis não mais

Ser-ME

Senão ser-SE

Ou quiçá não-ser

Quis, antes, ser outro

Me abandonei

Me matei

Perdi-me

Eis que agora

Meu corpo

Vivo

É um sepulcro

Morri. Matei-me

Abandonei-me

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 16/10/2008
Código do texto: T1231965
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