** A herança do inferno**

Sentiu-se um cheiro insuportável de enxofre invadir aquele lugar,

Enorme ardor sentia-se na pele devido às chamas,

Havia sede naquele lugar,

Ouvia-se gritos, gemidos e ranger de dentes.

As pessoas viviam todas amontoadas uma as outras

Antes mesmo que a lagrima de tristeza e desespero caísse

As chamas de lá, as consumia.

Palavras de arrependimento, soavam vagamente pelo ar,

Ninguém sabia quem era quem,

E já nem pensavam em perguntar;

Toda hora chegava um novo morador,

E com ele nada trazia,

As lembranças de uma vida corrupta e cheia de delicias,

Ficaram para trás, e já não existe mais prazer.

Como foi bela a vida em que viveu!

Dinheiro, casas, carros mulheres

O quê que você trouxe de lá?

Perguntou um anjo caído.

Nada, absolutamente nada.

Disse o homem.

Disse o anjo caído?

Aqui nada se planta, aqui, nada se colhe,

Nada se tem, e nada se pode.

Veja! Sinto inveja daqueles que estão lá em cima.

Eles sentem alegria, bebem a fonte da vida;

Não existe tristeza, nem luto, nem dor, nem ranger de dentes,

Lá é calmo, tranqüilo e perfeito,

E Deus habita com eles, louvam dia e noite,

E não se cansam, vivem em comunhão.

Se eu pudesse... Disse o anjo caído.

Naquela hora chegou um homem belo e bem trajado

E disse: Saudações meu caro amigo, é um prazer ter sua alma,

Na terra te dei tudo que me pediu,

Hoje eu te pedi o que era meu como combinado,

E por herança te dou um pouco do nada que aqui há

Aquele homem olhou para cima

E viu a verdadeira herança,

Mas nada mais, pôde apreciar.

Pois o céu se fechou.

Psicoromântico
Enviado por Psicoromântico em 22/10/2008
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