Cadê minha inspiração?

Quando fico muito, muito triste,

Nem a minha inspiração resiste,

E chora, chora, depois vai embora.

Cansa do meu drama que persiste,

Abandona-me, sem pestanejar, a atrevida

Está se sentindo a dona do pedaço.

Vou dar de dedo na cara da safada,

Porque sou eu que mando na minha vida.

Vou mostrar que ela não está com nada.

Minha poesia sou eu que faço,

Como e quando quero, com ou sem ela por perto.

Mas se por acaso não der certo.

Ela vai ver, vou correndo atrás da fujona,

Pego pelo cabelo, a sabichona,

E a trago de volta sem ligar pro seu apelo

Que isso queridinha, chega de revolta.

Dessa vez eu tranco a porta e a janela,

Pra nunca mais você, sair, Ai, de você donzela

Se tentar fugir...

Mas como eu sei que pode acontecer

Eu já ficarei preparada, se ela insistir,

Sei bem o que vou fazer.

Minha ação está bem pensada.

Enterro a tristeza numa cova rasa,

Bem longe da minha casa

Estampo no rosto um belo sorriso,

E pra minha inspiração direi, bem assim,

Põe juízo na sua cabeça, deixa dessa besteira,

Vamos juntas pra gafieira. Nunca mais quero te ver longe de mim!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 30/10/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1256486
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