CONDENADOS

Amigo.

Nós dois corremos perigo.

De morte.

De morte.

O mundo não nos acolhe.

Nosso ser se recolhe.

Se encolhe.

Lá no mais fundo.

Pensamos.

É tão grande o mundo.

É lindo, é infindo...

Ficamos sorrindo.

Pra aquilo que somos.

Sonhadores.

Voadores.

Aliviam nossas dores.

Já podemos voltar ao mundo dos vivos.

À realidade.

Ao que dizem que existe de verdade.

Amigo.

Somos condenados.

A ir e voltar.

A voar e assentar.

Somos como os pássaros do despenhadeiro.

Livres.

Soltos.

De repente nos vemos num viveiro.

Nossa alma no corpo encaixamos.

Voltamos.

Recomeçamos.

Aceitamos.

É nossa condição.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 04/11/2008
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T1265070
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