AMOR PERDIDO

AMOR PERDIDO

Escapa-me novamente a lucidez

Pairo sobre as raias da loucura

Transtornado como nunca antes,

Ávido, sórdido, embotado...

Elegantemente empanturrado de lamurias...

Permiti de novo esse sofisma...

Discorre-me! Com toda minha alma impura!

Discretamente envolve-me em tuas garras

Crava em mim teu asco, me sorve a ilusão!

Fixando em mim, lentamente tuas amarras...

E no meu peito já cansado de tanta exultação

Encrava o instrumento penetrante da mais vil tortura...

Morra em mim, como se nunca existira...

Putrefando a essência de viver tão só...

Que já não me afetará mais tua descrença

Em ver tua indiferença me fazer ter dó

Do meu parco desperdício de viver mentiras...

Dilacerado, esmagado, contraposto em meu ser

Cingirei para meu norte, como certo rumo

Por certo esquecendo o sul que não realizei

Desfazendo pouco a pouco o prumo que fidelizei

Na esperança de seguir lutando para esquecer...

Rasgando o passado como que sangrando

Limpando o jorro desse sentimento ácido

Eu seguirei morrendo um pouco a cada dia

Mas seguirei. Por certo para meu fracasso

Por não poder esquecer o que no íntimo sentia...

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 21/03/2006
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