Pesadelo
Meu adorável sonho que navega em pesadelos
Usando o barco de nossos espíritos ancestrais
Ancorando em ilhas de loucura e perdição
Para ao anoitecer, cavalgar o cavalo da morte.
Beijando ninfas corrompidas pela volúpia humana
Ensaiando o sexo ao lado de damas vazias e escuras
Que ainda assim conseguem cheirar como uma flor de morte, que desabrocha e morre ao alvorecer.
Olhando então ao longe o crepúsculo sombrio
Que trás consigo o som do abismo e da solidão
Varrendo assim qualquer lógica ou razão
Fazendo as velhas fogueiras reascenderem outra vez
Queimando sonhos, esperanças e paixões.
Fazendo os espíritos carniceiros festejarem
Em um falso cortejo a morte dos amantes de outrora
Que eram almas em chamas que dançavam ao som de uma tumba viva e profana
De onde jorrava o vinho vermelho sangue de meus ancestrais mórbidos e gélidos
Mesmo assim em algum lugar deste pesadelo e sonho
Podia-se ouvir como se fossem sussurros desesperados
De uma alma que não se rendeu a corrupção
uma oração celeste e sobrenatural que luta para purificar o impurificavel
Que tem esperança que os velhos Deuses e Deusas despertem
E lancem sob a terra do medo, seus olhares piedosos.
Fazendo então que uma flor exótica floresça em meio à intolerância
Mas, foi há muito tempo que as divindades se foram.
Desde o dia que o homem subiu ao velho monte
Declarando que seria detentor do bem e do mal
Da verdade e da mentira
Da ordem e do caos
Desde esse fatídico dia liberamos no mundo
As piores revelações da verdadeira caixa de pandora
E com ela sepultamos nossa historia
E o que nos resta agora é sofrer
Até o dia que os verdadeiros filhos éter
E da verdade nasceram purificando toda dor e ilusão
Varrendo da terra a nossa corrupção...