Monólogo das mãos VI


" As mãos do oleiro assemelham-se às mãos de Deus, agem na intimidade da matéria bruta transformando-a no Belo"!
                                                            soninha




Chegamos ao mundo atônitas, perdidas
Olhamos para os quatro cantos da vida
e pusemo-nos a chorar!
Indignadas a termos que viver
vida restrita
apêndices de braços
ou algo maculado pelas torpezas
Traçamos e lançamo-nos
com unhas, garras afiadas
ao destino com o qual sonhávamos
A argila bruta olhava-nos...
olhos súplices e marejados
Rebuscamos maneiras de tocá-la
inspiramos pessoas diante dela
Enfim, ei-la em nós!
Fria,sem atrativos,quase asquerosa!
Travamo-la em nossos tentáculos
agarramo-la com força brutal
molhada,derramando suor
e lágrimas aflitas
quase arrependida!
Durante horas travamos batalha
desumana e desigual !
Por fim, diante de nós
convertida em matéria modável
submissa e amiga
em entrega total!
Estreitamos a nossa amizade
atada por laços e nós
indestrutíveis
Hoje ,lançamo-la, em peças raras
diante das almas que se deleitam
com  o Belo !!



bjs soninha

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