Vendavais da ausência
Retratos trancados
Estendidos em pontes
Que o espaço consome,
E o rio é estrada
Que a face não estanca
Cobrindo de rosas
Violetas e dálias
O vazio da dor,
Lembranças cortando
A própria imagem
Num narcisismo louco
Página por página
O indivisível ergue
O silêncio mais nobre
Entre as chamas da inércia
O retrato não pulsa
Só cava mais fundo a tristeza,
Vendavais da ausência.
São Paulo, 05/12/2008.