O MAR E EU

Sinto pelo mar

Um pedido silencioso do meu ser

Que me cativa sutilmente perante sua beleza,

Sua ternura e paz, suas mudanças de cores

Seu barulho místico e seu aroma característico,

Que a brisa sua companheira me trás pelo ar,

Deixando empregnado de maresia teus cabelos

Entontecedo-me a alma,

Enlaçando toda a costa, lambendo nossos carros

Telhados e corpos, senhor de tudo.

Diásporas em forma de águas explodem no ar e

Como vigorosas vagas se elevam tal gigantes

Na arrebentação, iguais galos de rinha batendo asas barulhentas,

Com pés e esporões em riste, ensanguentando o ar,

Para depois transformarem-se em túnel escorregadio e perigoso.

E mais que docemente espumando carícias

Lamberem as areias das praias

Demonstrando seu cortejo a mãe terra.

Es verde ou azul, conforme a ótica que nos der

A posição de vê-lo e o apreciá-lo.

És como um deserto de aguas, escuro e vivo

À noite, balouçando, balouçando,

E engolindo luares que parecem cristais cintilando,

Criando um caminho no seu dorso na escuridão feia.

Mar dos meus devaneios mar dos meus encantamentos.

Salvador, 06/01/2009

Barret.