Efervescências

Sou Eu! Que no teu espelho vivo.

Observa-me! Não vês?

Sou Eu! Desdobrado, múltiplo e infinito

E Tu? Represas?

As correntezas do Espírito!

Observa-me! Aqui, teu espelho,

Sou Eu! Somos nós! Não vês!

Teu reflexo, minha imagem

Tudo é fluido e refluxo!

Nada escapa. Qual o limite entre nós?

No relance, teu olhar! Não vês?

Espelhos são abismos

De tão fundo que são

E tu? Reprimido, moderado, contido!

Espelhos são mágicos

Não vês! São portais, labirintos!

Nada escapa, aflora.

Ao ver-me, verás!

As inquietudes lúbricas, revolução.

Não verás espelho vazio

Nada escapa. Não vês!

E o vendo, já estás lá dentro.

E tudo em ti, sou eu.

Liberta-nos!

Sentirás,

Texturas, sabores, música, poesia

Nascentes de cores infinitas

A mistura dos sons

Liberta-nos! Somos um!

Somos nós!