A ESPERA

Os ponteiros travados

A hora fixa, fixa em meus olhos

Desafia o tempo

Um humor aquoso escorrendo em meu peito

Umedece a camisa de algodão

Branca...

Os pés ignoram os sapatos: Crescem

Incham e doem

O estômago retorce, remói o remoído

Um gosto de fome...

Um gosto de medo

E o coração estanca o sangue

Estanca a vida

Num breve momento

Um breve conforto

Um nada de paz

Após,

A notícia ecoa e ecoa

Ressoa e retumba

E na tumba um corpo, um trapo

Soergue em pedaços.

Jose Raymundo Xavier
Enviado por Jose Raymundo Xavier em 08/03/2009
Código do texto: T1476482
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