A ESPERA
Os ponteiros travados
A hora fixa, fixa em meus olhos
Desafia o tempo
Um humor aquoso escorrendo em meu peito
Umedece a camisa de algodão
Branca...
Os pés ignoram os sapatos: Crescem
Incham e doem
O estômago retorce, remói o remoído
Um gosto de fome...
Um gosto de medo
E o coração estanca o sangue
Estanca a vida
Num breve momento
Um breve conforto
Um nada de paz
Após,
A notícia ecoa e ecoa
Ressoa e retumba
E na tumba um corpo, um trapo
Soergue em pedaços.