Beijando o poente
BEIJANDO O POENTE
A mão da fada esbanja-me o poente
e nesse engano fervem-me meus sentidos
olhando eu a sentia acalentar
como famintos que vendem minha cruz
a distância que mata meu futuro
E doridas papoulas imitando
a suave ternura do pecado
As sereias dentando minha alma
contavam dum ulisses fugitivo
e de uma velha moça marilin
agora crocodilos me comiam
um velho amor sem ouro e sem fulgor
confirmava levezas transparentes
pois que nunca a distância paga dívidas
O poente lá está na mão de fada
salitra intimidades que são minhas
meus olhos babujantes pensam jaulas
e nelas meu futuro vai deitar-se
pois há sempre um messias pra ajudar
a devoção erronea dos fantasmas