ABSTRATO
Caíram todos os corpos, celestiais,
Num despenhadeiro insondável
E um frio imenso corre-me do ventre
Até a alma, medo de nascimento....
Como nascer de novo
Se morri várias batalhas
Se rompi comigo mesma
Para perder-me no universo
Dos clãs formados,
Leões domados
Faces abstratas
Ausentes de si mesmos?
Como navegador dos setes mares
Exposta ao poder das águas
E do tempo
Dona do mundo e dona de nada
Completamente amarrada ao vento...
Como gladiador na arena, sua vida
É sua sentença, sua cabeça o troféu,
A luta dominante, o embate
A última espada,
A estupidez reluzente
Os aplausos final....
Surrealista demais,
Se é purgatório....não sei..
Talvez seja o limbo psicodélico,
O paraíso dos loucos
O campo minado dos profetas....