sons não cantaveis

o terceiro sentido do ouvido embalado preguiçosamente

no reflexo do luar dentro do espelho tarde na madrugada

o sentido da gaveta para o armário

comum ao desejo existia a dança

notas tão vogais de adivinhação e procura de lenhadores

existiam tradutores da terceira audição para os demais

gaiola da carne aprisionada no habito

convulsa lâmina que terceiriza os sentidos

decepar a voz com estranha matemática

boca duplicada olhos de moscas respiração sempre ofegante

a voz alta de múltiplas cabeças de dar medo

laringe de música com coisas da vida

tantas dimensoes na timidez do púlpito

inflexões de luz no espelho encostado

a eloqüência do vazio o indiferente ouvia a lua se mover

dentro do espelho

por esse terceiro ouvido de freqüência inquieta do inaudível sopro.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 07/05/2009
Código do texto: T1580212
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