ALEGORIA

Quando você não estava aqui,

Sonhamos com os astros,

Desenhamos fragrâncias metafóricas,

Balançamos o dorso da voz.

Depois, calamos estridentes em rios

Aflitos encontros de seres arenosos.

Chegamos à beira de um desvario

Quase latente, um tanto convulsivo.

Apartadamente em seu rastro lunar,

Cintilava um clarão soturno, medieval,

Arrastando em sua vereda um mirante

Atenuado ao descambar dos atritos.

Díspares oscilações vibravam em verde,

Maciços destroços se escondiam em icebergs,

Agora tragados por torrentes impetuosas,

E que velejavam no mar da imaginação.

São Paulo, 6 de maio de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 12/05/2009
Código do texto: T1589697
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