ALEGORIA
Quando você não estava aqui,
Sonhamos com os astros,
Desenhamos fragrâncias metafóricas,
Balançamos o dorso da voz.
Depois, calamos estridentes em rios
Aflitos encontros de seres arenosos.
Chegamos à beira de um desvario
Quase latente, um tanto convulsivo.
Apartadamente em seu rastro lunar,
Cintilava um clarão soturno, medieval,
Arrastando em sua vereda um mirante
Atenuado ao descambar dos atritos.
Díspares oscilações vibravam em verde,
Maciços destroços se escondiam em icebergs,
Agora tragados por torrentes impetuosas,
E que velejavam no mar da imaginação.
São Paulo, 6 de maio de 2009.